Setembro amarelo: Hospital Regional São Paulo cria jardim de girassóis para lembrar vítimas de suicídio
- Ana Regina Lucietto | ASCOM HRSP
- Dicas de saúde
O setor de Emergência do Hospital Regional São Paulo (HRSP), de Xanxerê, é a porta de entrada para o atendimento de casos de tentativa de suicídio e, por isso, foi o local escolhido pelo Grupo de Humanização Hospitalar para desenvolver a primeira ação de conscientização da campanha Setembro Amarelo. No canteiro em frente ao setor, os integrantes do grupo montaram um verdadeiro jardim com 180 girassóis, o número representa as mortes que ocorrem a cada 2 horas no mundo, em razão do suicídio. Outras duas atividades de conscientização estão programadas para ocorrerem ao longo do mês.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida no mundo. No Brasil, mais de 11 mil pessoas morrem a cada ano. A ideia da ação, conforme a coordenadora do Grupo de Humanização e psicóloga, Denise Sasso, é chamar a atenção da comunidade sobre o alto número de suicídios. “Nós criamos o jardim com o intuito de falar sobre o tema. É difícil falar sobre suicídio, seja por vergonha, por desconhecimento do assunto ou por medo, mas é justamente o ‘não falar’ que acaba prejudicando. A iniciativa é abrir o assunto e mostrar para a sociedade que isso está acontecendo, o número de mortes por suicídio é alto e que vem crescendo no decorrer dos últimos anos”, explica.
O girassol foi a flor escolhida para a ação em razão da simbologia que carrega. Além de ser da cor amarela, que representa a campanha, a flor gira em busca da luz solar, segundo a cultura popular. Além dos girassóis, foram fixadas no local algumas placas que trazem os dados alarmantes do suicídio e o número 188, do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma entidade que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, 24 horas por dia.
Outras ações
Para o dia 10 de setembro, o serviço de psicologia do HRSP, em parceria com o Grupo de Humanização, programou uma panfletagem para pacientes, acompanhantes e visitantes do hospital, com o intuito de repassar orientações de prevenção como sinais que podem despertar o alerta sobre o suicídio e dicas de onde procurar ajuda. A ação deve ocorrer às 14 horas.
Já para o dia 25 de setembro, fechando as ações do mês, está programa uma mesa redonda intitulada: “Vamos falar sobre suicídio na infância e adolescência?”. “O tema será abordado devido aos índices crescentes de tentativas de suicídio nesta faixa etária, bem como, a importância de falar sobre o assunto nos mais diversos contextos contemporâneos. Para a discussão, contaremos com profissionais da psiquiatria, psicologia e serviço social”, informa a psicóloga do HRSP, Eliandra Solivo.
O evento será realizado no auditório do HRSP, às 14 horas, e tem como público-alvo profissionais da saúde de instituições públicas ou privadas, acadêmicos de Psicologia e Enfermagem e público interessado em geral. Para participar, basta confirmar presença até o dia 20 de setembro pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e/ou telefone (49) 3441-7777 (solicitar ramal do Setor de Psicologia).
Orientações
Apesar de ser um assunto bastante complexo, a prevenção do suicídio é possível e algumas ações podem ser feitas por todas as pessoas. Permitir que desabafem e falem sobre os sentimentos sem receber críticas é um meio de evitar que se pense na morte como solução para as dores. Fique alerta para algumas dicas do Setor de Psicologia do HRSP:
- Pessoas sob risco de suicídio:
- Comportamento retraído, dificuldade para se relacionar com a família e amigos;
- Casos de doenças psiquiátricas;
- Alcoolismo;
- Ansiedade ou pânico
- Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia;
- Mudança no hábito alimentar e de sono;
- Tentativa prévia de suicídio;
- Sentimento de culpa, de autopunição, baixa autoestima;
- Perda recente importante;
- História familiar de suicídio;
- Sentimento de solidão, impotência, desesperança;
- Cartas de despedida; doença física crônica, limitante ou dolorosa;
- Falar repentinamente em morte ou suicídio.
Algumas frases também podem despertar o alerta. Ao ouvir, preste atenção e tente entender mais o que se passa com quem estiver falando. Alguns exemplos: “Eu preferia estar morto”, “Eu não posso fazer nada”, “Eu não aguento mais”, “Sou um perdedor e um peso para as pessoas”, “Os outros vão ser mais felizes sem mim”.
- Como ajudar pessoas com risco de suicídio?
- Ouvir atentamente sem julgar a pessoa;
- Procurar compreender o que se passa e não tentar minimizar o sofrimento do outro;
- Respeitar as queixas da outra pessoa;
- Demonstrar preocupação e afeto;
- Manter-se calmo;
- Propor ajuda para lidar com a situação;
- Oferecer ajuda para procurar algum profissional, psicólogo e/ou psiquiatra.
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O que não fazer?
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Julgar a situação;
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Desprezar os sentimentos do outro;
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Ficar em pânico e envergonhado;
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Desafiar a pessoa a continuar em frente;
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Jurar segredo;
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Fazer o problema parecer bobagem;
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Tentar se livrar do problema.